Certas manhãs, em Évora-cidade,
Uma luz, que desperta, misteriosa,
Verte essências de cravo e nardo e rosa
Nas ruelas de musguenta soledade...
E há uma alegria mística: - saudade
Não sei de que visão miraculosa...
E parece que freme, em cada cousa,
Um bater de asas para a Imensidade!
Envolve-se o áurero burgo em longo véu
De cisma e sonho... Em suas flóreas graças,
Calmo, sorri como a antever o Céu!
E o silêncio, que o embala e maravilha,
Pasma em velhas betesgas, ermas praças,
Cavo, no fundo das cisternas, brilha,
Mário Beirão
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