domingo, 2 de maio de 2010

Cântico ao Horto das Oliveiras


Horto das Oliveiras em Jerusalém

SOBRE A RELIGIOSIDADE NO ALENTEJO

O livro de J. A. David de Morais RELIGIOSIDADE POPULAR NO ALENTEJO, das Edições Colibri, foi apresentado no Forum Cultural Municipal de Alandroal no passado dia 1 de Maio com a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal, Dr. João Grilo; da Senhora Vice-Presidente da Câmara, Dr.ª Fátima Ferreira; do Autor do livro, o Prof. Doutor João David de Morais; e do Editor, o Dr. Fernando Mão de Ferro.

O mesmo livro foi apresentado igualmente na Biblioteca Pública de Évora, no dia 26 de Maio de 2010, com a presença do autor, do Director da Biblioteca, Dr. José António Calixto e do Editor, Dr. Fernando Mão-de-Ferro. O texto foi acrescentado e melhorado em relação à primeira sessão.

Foi uma honra enorme e uma ainda maior responsabilidade ter aceite o convite do Professor Doutor João David Morais, e permita-me acrescentar, amigo de longa data e atrevo-me a até a dizer, companheiro nestas lides de estudar e tentar compreender o Alentejo e os Alentejanos, inseridos nesta terra lúcida que penso ser ainda Portugal.

O convite para realizar a leitura do livro RELIGIOSIDADE POPULAR NO ALENTEJO – A FESTA DA SANTA CRUZ DA ALDEIA DA VENDA E A SUA DIALÉCTICA COM O SAGRADO e tentar uma sua aproximação e apresentação para um conjunto diversificado de espectadores não foi e não é tarefa fácil, contudo aceitei o desafio, tal como o Senhor Professor João David Morais há mais de três dezenas de anos aceitou o desafio de enveredar pela pesquisa desta problemática da Festa da Santa Cruz e finalmente, decidir-se pela publicação do seu trabalho e das suas reflexões.

Quanto ao Autor, apresento uma rápida fotografia: Médico, Professor Universitário, Investigador, produziu ao longo da sua carreira significativa bibliografia não só sobre temas ligados à sua área profissional, de que é reconhecido nacional e internacionalmente e convidado para seminários, mestrados e conferências…
Possui no seu curriculum a publicação de mais de uma centena de trabalhos científicos e de divulgação – ligados principalmente às áreas da Ecologia Humana e da Antropologia Aplicada, mas passando também pela História, pela Sociologia, Psicologia e Psicanálise. Estes trabalhos científicos referidos são dedicados sobretudo às gentes que habitam o Alentejo. Cito, a título de exemplo e porque são obras que ainda não se encontram esgotadas nas livrarias: “A Transumância de Gados Serranos e o Alentejo”, editado pela Câmara Municipal de Évora, em 1998; “Senhores e Servas – Um estudo de Antropologia Social no Alentejo da primeira metade do século XX”, pelas Edições Afrontamento, em 2003; “Ditos e Apodos Colectivos – Estudo de Antropologia Social no Distrito de Évora”, das Edições Colibri, em 2006.
Quanto ao livro que nos reúne hoje aqui, “Religiosidade Popular no Alentejo”, editado também pelas Edições Colibri, começo por dizer que não é um livro fácil, pelo facto do Prof. João David Morais não se ficar tão só pela descrição etnográfica da Festa da Santa Cruz da Aldeia da Venda. O rigor e o espírito científico aplicados na realização desta obra levaram o Autor a exigir de si próprio uma metodologia multidisciplinar para a compreensão da Festa em si e para nos dar a conhecer a complexidade deste evento religioso que nos legaram as gerações anteriores à nossa.
As grandes temáticas abordadas pelo Autor são, no fundo, o Alentejo e a Religião Popular.

No Alentejo a perspectiva sempre presente, quando abordamos etnologicamente ou antropologicamente estas problemáticas, é a da relação do homem alentejano com a terra. Mais concretamente do homem que habita e labuta arduamente este território e organiza esta Festa da Santa Cruz do Alentejo Profundo…como o Prof. João David Morais a certo ponto começa a designar a Aldeia da Venda e toda esta região do interior do Alentejo Central, encostada à raia espanhola.
No início do seu trabalho, apresenta informação preciosa sobre a relação dos alentejanos com o Sagrado, desde a Pré-História, passando pela Romanização, pela Idade Média até à contemporaneidade dos nossos dias.

Num estudo por mim efectuado em 1992 “A Festa de São Marcos e a Religiosidade Popular”, e publicado na revista “Ibn Marúan”, N.º 2, de Marvão, a certa altura refiro que: “Nos primórdios do Cristianismo a maioria das comunidades subsistia através da Agricultura, consequentemente foi encontrado um Deus que se interessasse pela fertilidade da terra e dos animais, servindo, em última análise, o próprio homem…
O Papa Gregório I, no século VII, reconhecendo esta maneira de sentir das populações rurais e aldeãs, instruiu o clero no sentido de, se se encontrasse entre aquelas populações simples, crenças pagãs profundamente enraizadas as quais não pudessem ser eliminadas facilmente, as transformassem em práticas cristãs:
“…e como eles têm um costume que consiste em sacrificar muitos bois ao Diabo, substituam-no por qualquer outra solenidade, como um dia de Consagração ou dos Festivais dos santos mártires… Nessas ocasiões podem construir abrigos de ramos para si próprios à volta das igrejas que dantes foram templos, e celebrar a solenidade com festividades devotas. Não devem sacrificar mais animais ao Diabo, mas podem matá-los para comer em louvor de Deus, e agradecer ao que concede todas as dádivas a abundância de quem gozam.”
Esta Festa poderá perfeitamente ser actualmente a reminiscência de outras Festa ancestrais e situadas temporalmente para além da memória dos homens e das mulheres dos nossos dias.
Contudo, ao Autor não interessa tanto o estudo da relação do homem com Deus, mas sim do homem com o Sagrado, com o Mistério, sendo referido na Introdução, e passo a citar:

«Ora, o Sagrado (o Mistério, o Transcendente, o Além, o Absoluto, o Ultra-Terreno, o Sobre-Humano, etc.) é algo constitutivo do psiquismo humano, daí a sua perenidade – pelo menos enquanto a espécie humana subsistir. (…). O Homo sapiens gerou-se no líquido primacial do Sagrado e, não o tendo o Cosmos dotado de um “manual de instruções teológicas”, cada povo elaborou as suas representações próprias de Deus (ou de deuses).»

Os Mistérios desta Festa da Santa Cruz da Aldeia da Venda estão relacionados com o Mistério dos Martírios do Senhor, é uma festa de celebração imbuída simultaneamente com o espírito da Quaresma e da Primavera… E é uma festa que conseguiu sobreviver com uma frescura e com uma mensagem impolutas, por enquanto, das folclorizações globalizantes que outras regiões e outras festas do género sofreram ao longo dos últimos anos. O facto de nos encontrarmos no interior do Alentejo poderá ter ajudado a esta impermeabilização de influências exteriores desestruturadoras da mensagem inicial.

Assim, a própria Festa da Santa Cruz insere-se na construção e na valorização, ao longo de tempos imemoriais, de uma Identidade Cultural mais alargada que é a do Alentejo e a do homem alentejano.

Esta temática da Identidade Cultural, pela sua própria natureza, é complexa, e por isso mesmo extraordinariamente rica em hipóteses de abordagem e de intervenção.
No nosso caso, a Identidade Cultural prende-se fundamentalmente com o “ser alentejano”, pois que é caracterizada essencialmente pela língua, pelas tradições, pelos costumes, por toda uma idiossincrasia que só damos pela sua existência quando nos afastamos fisicamente da terra de origem…
Se o Património Cultural se pode caracterizar fisicamente, a Identidade Cultural pertence mais ao domínio do imaterial, do psicológico e do espiritual, que nasce da relação profunda e inefável entre o Homem e a Terra. É importante reflectir em conceitos tais como: Pátria/Mátria, Religião (na perspectiva etimológica de re-ligare) e Mitologia (os mitos de origem, o eterno presente, a Saudade, a Mãe, a Terra, a Tellus-Mater).
De facto, a Identidade Cultural não possui existência física palpável. Poderão identificar-se pontes culturais e vivenciais comuns, de comportamento de “estar” e de “ser”, entre indivíduos que vivem a mesma terra, os mesmos ritmos e por vezes os mesmos ritos. É importante considerarmos os Ritos/Ritmos humanos na construção harmoniosa de um viver em comum.
Alguns daqueles “pontos em comum” que tradicionalmente nos auxiliam a ver o alentejano enquanto alentejano – a cal, os grandes espaços, o silêncio, o cante colectivo, a contemplação e a solidão do homem perante a Natureza; os gestos e as linguagens seculares das Artes e dos Ofícios… e neste caso concreto, os gestos e as linguagens, imbuídos de mistério, da Religião Popular e das Festas Cíclicas Religiosas que teimam ainda em continuar a enriquecer cultural e espiritualmente o Alentejo.
Contudo, temos consciência de que o Alentejo já não é só isso!... O que caracteriza o Alentejo e o “ser alentejano” transformou-se hoje num conceito muito mais alargado, muito mais rico, devido fundamentalmente à sociedade aberta em que vivemos, que estamos ainda a aprender a construir, nomeadamente após o 25 de Abril de 1974.

Constatemos, por outro lado as “situações-problema” que negativamente poderão contribuir para a destruição da Identidade Cultural de uma dada População: excessiva mecanização/ automatização do trabalho, nomeadamente nos trabalhos da terra, o excesso de televisão/comunicação, o consumismo exagerado, toda uma deseducação da sensibilidade através de uma reprodução de saberes e de gostos e de gestos monolíticos e que provocam em última análise uma estranha e perigosa obesidade mental…
Tudo isto vai acabar por formatar negativamente as mentalidades dos homens e das mulheres que, de modo passivo e inconsciente se vão a pouco e pouco entregando sem resistência…e vão esquecendo os gestos e a poesia e o cante que ainda estão presentes e são o suporte anímico da sua comunidade identitária de vizinhos.
Assim, os ritos e os mitos, transmitidos através dos gestos e das palavras, das mensagens vivenciais que a tradição, a identidade, o sentimento colectivo, o legado da família, etc., estão em risco de já não lhe compreendermos o seu sentido mais profundo… tal como os versos do Cântico à Ordem das Oliveiras vai sendo cada vez mais encurtado e cada vez menos compreendido pelas cantadoras, correndo o risco de se perder, a partir de certa altura, o seu significado mais íntimo, mais essencial e tornando-se necessariamente a dramatização menos sentida e mais superficial.

Não queria deixar de referir os diferentes enfoques pelos quais o Prof. João David de Morais nos convida na abordagem a esta problemática.
Desde o enfoque etnográfico, com as recolhas efectuadas na Aldeia da Venda e no Concelho de Alandroal e não só, sobre esta Festa ou festas semelhantes.
O enfoque antropológico que lhe vai permitir uma interpretação e uma sistematização dos materiais, das fichas elaboradas durante mais de trinta anos.
Complementarmente, vai auxiliar-se de outros instrumentos, outras disciplinas científicas que lhe permitem aprofundar ainda mais as manifestações culturais e religiosas estudadas, que foram a Psicologia e a Psicanálise, através de autores como Mélanie Klein, Sigmund Freud e Georges Devereux.
Finalmente gostaria de referir a obra científica de um outro autor, transversal a todo o estudo agora apresentado, que é Mircea Eliade, o grande erudito da História das Religiões.

Todo este conjunto de autores, vão apetrechar por sua vez David Morais, por um lado a compreender a problemática estudada, por outro a ficar habilitado a recusar o assim denominado pseudocientifismo de alguns autores modernos, principalmente no que concerne ao estudo da figura de Santa Maria Madalena, nomeadamente quando a figura e a sua problemática é popularizada nos recentes livros de Dan Brown, nomeadamente no best-seller de “O Código da Vinci”, que aborda vários aspectos de eventual relacionamento entre Jesus e Maria Madalena e a existência de um tenebroso “Priorado do Sião”… livro este repleto de falsos documentos e de inverdades históricas…
De realçar a Bibliografia citada no final do livro e consultada pelo Autor, que poderá auxiliar para quem deseje aprofundar as temáticas, num conjunto de cerca de quatrocentos títulos.

Festa, simbologia, iniciação, catarse, rito de passagem, mito, rito, mistérios, religião, drama, mulher, cântico, Cristo, Maria Madalena, Madanela, Mordoma, Mestra, Cruz e Santa Cruz, Sudário, prata, ouro, lágrimas e risos, Sol e Lua… são algumas palavras-chave para nos ajudarem a compreender e a desmontar toda a complexa trama deste Cântico à Ordem das Oliveiras! Festa esta que tem o poder de re-sacralizar o espaço onde é ciclicamente organizada e dramatizada.
Poderemos abordá-la, e o Prof. David Morais o sugere, por duas vias.
A primeira tentando olhar de frente e compreender qual o papel do “psiquismo humano” na construção deste fenómeno religioso. Estamos no fundo a propor um método de autoconhecimento do próprio homem enquanto inventor do rito. Perceber qual o papel do indivíduo na construção e na manutenção do mundo que o rodeia.
Como diziam os antigos “Eu sou o que sou”…
A outra via é a tentativa de compreensão do próprio indivíduo perante o Cosmos, aqui representado pelo Sagrado, pelo Mistério. Só poderá ser adivinhado, sentido e nunca encarado directamente.
Mistério e Verdade - a mesma problemática!?

Nos nossos tempos modernos, da escrita e do registo, existe abundante literatura sobre a Iniciação e as iniciações... muita investigação e muito “faz de conta” sobre o assunto, dos mais sérios, desde que o homem iniciou a transmissão de experiências e de vivências da Religião [re-ligação] e as sussurrava de boca a ouvido, para que as mesmas, ou não se perdessem ou não caíssem em mentes e corações menos puros porque ávidos de poder e de ter e indiferentes ao sofrimento e ao bem estar de outrem.


A Iniciação é a porta de entrada, é o limiar para um novo mundo e uma nova experiência de vida, contudo desconhecida…
Recordemos Victor Hugo quando afirma que:
«É no interior de nós próprios que é preciso olhar o exterior. O profundo espelho sombrio encontra-se dentro do homem. É lá que está o claro-escuro terrível... [sem sombra] Ao debruçar-nos sobre este poço, nós aí apercebemos a uma distância abismal, num círculo estreito, o mundo imenso...».

Desde tempos imemoriais que os Antigos Mistérios, detentores da Sageza das Idades, têm tido como fim último da sua Demanda, a cabal compreensão da Verdade. Contudo, esta parece ser inatingível, para o homem comum, o qual, para ultrapassar a frustração de incapacidade que lhe (a)parece inata, vem transformando e espartilhando o que julga entender por Verdade em miríades de dogmas, de leis, de convenções, de teorias, que o ajudam a dominar a Realidade e a Vida... segundo os seus próprios juízos e critérios.
Sempre o homem comum olha para o exterior de si próprio quando quer compreender qualquer mistério vital, sempre ele tem julgado que aquela Verdade intransponível e inacessível se encontra encerrada algures, em algum país longínquo, em algum livro dito sagrado, em qualquer local ou pessoa investida de autoridade. Porém, e fazendo jus ao aforismo antigo que reza: «Não me procuraríeis se não me tivésseis encontrado já...», resta-nos a possibilidade de (re)encontrar algo, e esse algo estará encerrado no nosso próprio corpo, nos nossos genes, no nosso Ser... ou, se quiserem, mais misticamente dito, oculto no nosso Coração...

Por outro lado, o investigador moderno da Sabedoria Sagrada e dos Mistérios do Antigo Egipto, Schwaller de Lubickz numa das suas obras refere que «não é preciso imaginar nada: é preciso calar... e escutar... É preciso olhar no silêncio, sem querer ver e aceitar o Nada, porque ao que o homem denomina por “nada” isso é a Realidade».
Voltando à problemática da Festa da Santa Cruz na Aldeia da Venda:
No fundo, só conseguimos olhar o fenómeno e nunca chegar à Causa que o produziu. Tal como Maria Madalena chegou até Jesus, mas terá chegado até Cristo?
Porque a personagem Cristo foi criada a partir da dramatização Crucificação / Ressurreição. O homem Jesus transmutou-se no Cristo Cósmico, intangível para os restantes humanos pois que quando Madalena O reconhece Ele lhe estende a mão e diz “Noli me tangere!”…”Não me toques!”…
Jesus é o homem físico, Cristo o paradigma espiritual e salvífico…
A relação entre uma perspectiva micro, a do homem e a sua pequenez, e uma outra perspectiva macro, a do Cosmos e da imensidão, está continuamente em jogo, num dinamismo umas vezes tão evidente mas outras completamente oculta.
Referem alguns autores, e refiro de memória, que a origem etimológica da palavra “sagrado”, de origem semita, SCR, quererá dizer “reprodução”… No fundo a procura do sagrado por parte do ser humano ao longo de milénios de existência e de evolução é a tentativa de sobrevivência física (pelo menos) num mundo que à partida lhe é adverso e que tem tentado dominar.
Reflectindo, a ritualização de um mito, de uma parábola, de um episódio genésico dos nossos antepassados, significará por um lado a sacralização cíclica de um espaço e de um tempo para, de seguida se criar as condições de continuidade física e espiritual da própria comunidade, regularizando as relações entre os seus membros e provocando uma coesão do próprio grupo.
As dicotomias Sol / Lua, homem / mulher, terra / céu… são relações que apontam para este jogo de contrários mas que, fazendo jus à máxima de Hermes Trismegistos, no seu texto “A Tábua de Esmeralda”, percebemos a mensagem que tem sido transmitida pelos Sages, pelos Mestres e Mestras ao longo de eras:

«É verdadeiro, completo e certo. O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é igual ao que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.
Ao mesmo tempo, as coisas foram e vieram do Um, desse modo as coisas nasceram dessa coisa única por adopção.
O Sol é o pai, a Lua a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua ama; o Telesma do Mundo está aqui. (…).»
Nos passados dias 7 e 8 de Maio de 2010 os habitantes da Aldeia da Venda representaram mais uma vez o drama da Madanela e da Santa Cruz no Horto das Oliveiras…Faço votos para que não deixem cair o testemunho desta tradição e que continuem a praticá-la e a vivê-la para regozijo dos muitos forasteiros que lá se deslocaram nesse dia a fim de beberem aquela tradição, fazendo com que as suas vidas quotidianas ficassem mais ricas e com mais sentido após terem assistido e participado num rito acontecido num espaço sagrado.
O centro do mundo naquele dia terá sido de facto o largo da Aldeia da Venda.

Rui Arimateia
Biblioteca Pública de Évora
26 de Maio de 2010